Alegria Alegria
(1967)
Marcha
Caetano Veloso
Caetano Emanuel Viana Teles Veloso nasceu
dia 7/08/1942, em Santo Amaro da Purificação, Bahia, filho de José
Telles Veloso, funcionário público do Departamento de Correios e Telégrafos e de
Claudionor Vianna Telles Veloso, dona Canô; são sete irmãos além de
Caetano: Nicinha, Clara, Mabel, Irene, Rodrigo, Roberto e Maria Bethânia. Desde
menino demonstrou interesse pela música e artes em geral; tirava de ouvido
canções aprendidas no rádio; em 1952 com apenas 10 anos gravou "Feitiço da Vila"
de Noel Rosa e Vadico e "Mãezinha querida" de Getúlio
Macedo e Lourival Faissal, sendo acompanhado ao piano por Nicinha sua
irmã mais velha, numa gravação apenas para a família; em 1956 morou no Rio de
Janeiro e frequentou o auditório da Rádio Nacional, onde se apresentavam os
maiores cantores brasileiros da época; retornou a Santo Amaro e em
1959 conheceu o trabalho de João Gilberto, pelo LP "Chega de
Saudade" , artista que mais influência exerceria sobre Caetano; em 1960 após
concluir o curso ginasial mudou-se com a família para Salvador onde passou a
escrever críticas de cinema para o "Diário de Notícias". Nesse mesmo ano
aprendeu a tocar violão e se apresentava em bares com a irmã Maria Bethânia em
Salvador; ingressou na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da
Bahia em 1963; nesse mesmo ano conheceu e ficou amigo de Gilberto Gil, seu
ídolo que já conhecia da TV; casou-se com Dedé Gadelha em 21/11/1967; em
1986 já separado de Dedé, casou-se com Paula
Lavigne.
Foi sempre muito atuante
politicamente quanto aos destinos da música popular brasileira; deu
entrevista à "Revista Civilização Brasileira" nº 7, maio de 1966, com
apenas 23 anos, onde enfatizava a necessidade de se "retomar a linha evolutiva da música popular brasileira" a
partir das lições mais fundamentais da
Bossa Nova.
Em junho desse mesmo ano participou do II
Festival Nacional de Música Popular Brasileira da TV Excelcior, com sua canção
"Boa palavra" interpretada por Maria Odete, classificada em quinto lugar; em
1967 no III Festival da Música Popular Brasileira (TV Record) cantou sua música "Alegria Alegria" classificada em quarto
lugar; em 1967 gravou seu primeiro LP "Caetano Veloso" com arranjos de Rogério
Duprat e os conjuntos RC-7 e Os
Mutantes.
Em 1968 lançou o LP manifesto "Tropicália ou Panis
Circensis" juntamente com
Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, os poetas Torquato Neto e Capinam e os maestros
Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Damiano Cozzella, firmando assim as bases do
movimento Tropicalista, que nasceu sob influência dos Beatles e da Jovem Guarda,
incentivando a universalização da MPB inclusive utilizando guitarras elétricas o
que para os puristas da MPB era algo
inaceitável.
Por ser uma pessoa muito inteligente e
corajosa, declarando sem medo suas idéias acabou sendo preso em 27/12/1968,
juntamente com Gilberto Gil, supostamente por terem desrespeitado o hino e a
bandeira do Brasil; permaneceram presos por dois meses, sendo posteriormente
liberados mas confinados em Salvador; partiram exilados para
Londres em julho de 1969, onde permaneceram até janeiro de
1972.
Foi sempre um artista polêmico e
participante de movimentos autênticos visando engrandecer a
MPB.
Autor de mais duzentas composições, solo e com diversos parceiros, as de maior sucesso são: Alegria Alegria , Odara, Os doces Bárbaros Outras Palavras,O Leãozinho,Novidade,Nu com minha Música, Onde nasci passa um Rio , Minha Mulher, Acrílico ( com Rogério Duprat, Irene, Menino do Rio e muitas outras
Dárcio Fragoso
Alegria,
Alegria
Sem lenço, sem
documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em
crimes,
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em
caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas,
bandeiras
Bomba e brigitte bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche
de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos
e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu
vou
Por que não, por que não
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais
fui à escola
Sem lenço, sem documento,
Eu vou
Eu tomo uma
coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu
vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome sem
telefone
No coração do Brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na
televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no
bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não, por
que não...
Importante:
Resgatar e preservar as músicas populares brasileiras é nosso objetivo. Através da internet estamos propiciando a todas as pessoas, em qualquer lugar do mundo, o acesso às belíssimas músicas, muitas delas relegadas ao esquecimento.Música Popular Brasileira é um dos aspectos mais ricos e importantes da cultura brasileira, retratando costumes, idéias e valores de cada época.Nosso único compromisso é com os compositores, cantores e suas obras. Não temos nenhum objetivo comercial e financeiro; as imagens, músicas e suas letras são obtidos nos diversos sites da internet; nosso trabalho é puramente de pesquisa e a seleção das músicas são escolhidas e julgadas por nós as mais significativas em cada década.Numa primeira etapa incluímos algumas composições em suas respectivas décadas de lançamento, mas pretendemos continuar incluindo outras músicas porventura ainda não incluídas, num trabalho contínuo e de longo prazo.
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