Música lançada em 1982,
constituiu-se no maior sucesso da carreira de Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior
como cantor e compositor; nascido em 22/09/1945 no Rio de Janeiro, filho do
grande Gonzagão, Luiz Gonzaga - o rei do baião - e Odaléia Guedes dos Santos,
cantora do Dancing Brasil; com a morte prematura da mãe aos 22 anos, Gonzagão
não podendo criar o filho devido a suas inúmeras viagens pelo Brasil cantando
seus baiões, entregou o menino aos padrinhos Leopoldina de Castro Xavier e
Henrique Xavier, que viviam no morro de São Carlos no Rio de
Janeiro.
Recebia do pai algum
dinheiro para pagar seus estudos e algumas visitas ocasionais; assim Gonzaguinha
foi aprendendo a dureza da vida das pessoas que não tinham acesso a quase
nada; aprendeu violão com o padrinho e cresceu ouvindo as músicas de Lupicínio
Rodrigues, Jamelão e do próprio padrinho.
Aos 14 anos compôs sua
primeira música: "Lembranças da Primavera"; aos 16 anos foi morar com o
pai, pois os padrinhos não podiam pagar seus estudos e Gonzaguinha
queria fazer curso superior; estudou na Faculdade de Ciências Econômicas
Cândido Mendes; nessa época conheceu Ivan Lins, Aldir Blanc, Paulo Emílio,
Cesar Costa Filho entre outros e fundaram o MAU Movimento Artístico
Universitário que seria mais tarde "incorporado" pela TV Globo no programa
"Som livre exportação". Pelo fato de compor quase sempre músicas com forte
apelo denunciando as injustiças da sociais, Gonzaguinha foi
"chamado" muitas vezes ao DOPS Departamento de Ordem Política e Socia e
teve suas músicas censuradas.
Seus maiores sucessos
foram : "Grito de alerta", "Começaria tudo outra vez", "Espere por mim morena",
"Explode coração", "Sangrando", "Diga lá coração", "Mergulho", "Quando se chega"
e seu maior sucesso "O que é O que é" de 1982. Faleceu precocemente aos 45
anos num acidente automobilístico próximo de
Curitiba.
Dárcio
Fragoso
O que é, o
que é
(1982)
Samba
Música e letra:
Gonzaguinha
Eu fico com a pureza da
resposta das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!
Viver e não ter a
vergonha de ser feliz,
Cantar, e cantar, e cantar,
A beleza de ser um
eterno aprendiz.
Ah, meu Deus!
Eu sei e eu
sei
Que a vida devia ser
bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e
é bonita!
simbora povo
Viver e não ter a
vergonha de ser feliz,
Cantar, e cantar, e cantar,
A beleza de ser um
eterno aprendiz.
Ah, meu
Deus!
Eu
sei
Que a vida devia ser bem melhor e
será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e é
bonita!
E a
vida?
E a vida o que é, diga
lá , meu irmão?
Ela é a batida de um coração?
Ela é uma doce ilusão? ê
ô
Mas e a vida? Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou
lamento?
O que é? O que é, meu irmão?
Há quem fale que a vida
da gente é um nada no mundo,
É uma gota, é um tempo que nem dá um
segundo,
Há quem fale que é um divino mistério profundo,
É o sopro do
criador numa atitude repleta de amor.
Você diz que é luta e
prazer,
Ele diz que a vida é viver,
Ela diz que melhor é morrer
Pois
amada não é, e o verbo é sofrer.
Eu só sei que confio na
moça
E na moça eu ponho a força da fé,
Somos nós que fazemos a
vida
Como der, ou puder, ou quiser,
Sempre desejada por mais que esteja
errada,
Ninguém quer a morte, só saúde e sorte,
E a pergunta roda, e a
cabeça agita.
Fico com a pureza da
resposta das crianças:
É a vida! É bonita e é
bonita!
Viver e não ter a
vergonha de ser feliz,
Cantar, e cantar, e cantar,
A beleza de ser um
eterno aprendiz.
Ah, meu Deus!
Eu sei e eu
sei
Que a vida devia ser
bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e
é bonita!
Viver e não ter a
vergonha de ser feliz,
Cantar, e cantar, e cantar,
A beleza de ser um
eterno aprendiz.
Ah, meu
Deus!
Eu
sei
Que a vida devia ser
bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e
é bonita!